quinta-feira, 21 de março de 2013

Capítulo 22 “Vais ter de lidar com as consequências das tuas atitudes”

Chegamos à porta de casa dele e eu encostei a minha cabeça ao seu ombro esquerdo, ele era alto e forte e eu ao seu lado era uma menina fraca e indefesa, eu sentia-me bem do seu lado. Mas será que isso significava que estava apaixonada? Duvido seriamente que assim seja, eu não sou rapariga de me apaixonar facilmente, ou sequer, suficiente para me apaixonar, e se isso acontecesse apenas me apaixonaria por atitudes, não por palavras e infelizmente o João só tem falado, de momento, não tem tido atitudes que provem que goste de mim, ou eu tenho tido atitudes que demonstrem que o sentimento é recíproco. Mas eu não queria que ele soubesse que me sentia bem ao seu lado, pelo menos queria continuar a estar ao lado dele e sentir-me bem, talvez também quisesse entender o que ele também sentia por mim. Cruzamos as mãos e ele abriu a porta de casa, e decidiu mostrar-me a casa onde vivia. Já tinha entrado em casa dele, já lá tinha dormido, jantamos e minha casa com a minha mãe e depois íamos ver um filme na sessão mais tardia do cinema, um filme de terror, mas quando lá chegamos os bilhetes estavam esgotados por isso decidimos alugar um filme e irmos ver a casa dele, resultado adormecemos no sofá. No dia seguinte, acordei ao lado dele, os seus braços ultrapassavam o meu corpo dando um abraço e eu sentia-me confortável, o seu queixo estava encostado á minha testa e as minhas mãos no seu peito, tinha adormecido, mas ele também e apenas teve tempo de me aconchegar a ele e cobrir os nossos corpos com uma manta, e adormecemos numa posição forte e acolhedora e suficiente para ambos.
Entramos para casa dele e ele fez questão de me apresentar todas as divisões da casa, sendo que a primeira divisão que me apresentou foi a única que já conhecia, a sala. Depois apresentou-me os quartos e as casas de banho e por último a cozinha. Mas esta foi digna de uma apresentação especial, estava especialmente decorada, com um clima romântico só para nós dois, afinal ele tinha preparado uma surpresa:


Assim que vi aquela mesa preparada abracei-o e dei-lhe dois beijos mesmo no canto dos lábios, ele abraçou-me e colocou os braços sobre o fundo das minhas costas, elevou-me no ar, ficando a 20 centímetros do chão. Ele era forte o suficiente para me segurar, para me proteger e manter no ar durante o tempo que quisesse, e eu fui fraca, deixei-me levar pelo seu perfume. Deixei-me levar por ele, tinha necessidade de o ter junto de mim, não sei se era o meu coração a exigir ou qualquer outra faceta de mim a falar, talvez o meu lado de mulher de sentir um homem perto de mim, a beijar-me a amar-me, como gostava que fosse com o Ezequiel… Mas não quero que o João, seja o “suplente” do Ezequiel, não quero que seja a segunda opção, eu quero que o João seja o presente, e o futuro, e o Ezequiel foi o passado mas que está presente no meu presente e no meu futuro, como é possível ter engravidado? Eu não queria, ele não quer e sinceramente não sei se quero, a questão certa não é essa. Mas sim se consigo ser uma boa mãe para o meu filho, não sei se o consigo amar mesmo durante a minha barriga, eu amei e dei tudo ao meu filho e foi-lhe roubada a vida. E esta magoa ainda afeta a minha vida, a minha existência, a minha maneira de ser. Será que conseguiria dar-lhe tudo o que precisava? Tudo o que necessitava? Será que o mimaria ou não o amava o suficiente? Será que não conseguia dar-lhe tudo o que merecia? Não falo de amor, falo de bem-essenciais, tenho 18 anos, não acabei o secundário, aliás mal o comecei, acabei o 9ºano e neste momento não conseguiria arranjar emprego mesmo se tentasse. Vivo com a minha mãe, isto porque o meu pai nos abandonou tinha 2 anos e morreu quando tinha 3, a minha mãe vive sozinha comigo e farta-se de trabalhar, não tinha condições para sustentar mais uma pessoa, quanto mais um bebé.
Da parte da minha mãe, tenho a minha avó que vive com a reforma e os meus tios, pais dos meus primos, não são ricos e não queria submete-los a uma despesa tão larga. Poderia sempre contar com o Ezequiel, mas ele odeia-me, se pudesse dava tudo para não me ver á frente, a única coisa que quer de mim é o meu filho, o nosso filho, a única coisa boa que fiz em toda a minha vida, de resto é tudo porcaria… O meu pai abandonou-me ainda em bebé, a minha mãe não pode cuidar do meu filho, a minha família paterna vive toda nos Açores e nunca me visitaram, sempre fui eu a visitá-los, e nunca perguntaram se precisava deles. Neste momento o João era o meu pilar.
E tudo o que envolvia o João cativava-me, enquanto jogador, pessoa, homem, amigo e amigo colorido. Enquanto quiçá, meu futuro namorado e enquanto padrasto do meu filho, porque não tenciono roubar o lugar de pai do Ezequiel, foi ele que o fez e já disse que assumia a responsabilidade, será o pai do menino e irá educa-lo, mimá-lo e respeitá-lo, independentemente de me odiar ou de amar.
O João pousou-me no chão mas as suas mãos mantiveram-se no fundo das minhas costas, as minhas foram para a parte de trás do seu pescoço, e fixei os meus olhos nos seus, a luz da cozinha estava acesa e era forte e encadeava sobre nós. Era apenas eu e ele (e a pequena “semente” que o Ezequiel pôs no meu ventre). Olhei por meros segundos para os seus lábios que me davam vontade de os beijar, mas não podia, não iria fazer-lhe aquilo, mas eu queria tanto! Será que era pecado beijá-lo? Se fosse então eu queria cometê-lo diversas vezes ao dia, todos os dias, de sempre para sempre! Queria puder estar com ele, por um lado poder chamá-lo orgulhosamente de meu namorado por outro lado não queria nada, queria poder ter alguém com quem contar nos meses que se seguem que se preveem tão complicados e difíceis na minha vida. Ele fechou os olhos e eu também, decidi aproximar-me dele e senti que a sua cara se aproximava da minha, afastei as mãos do seu pescoço e coloquei nos ombros, eu também queria beijá-lo mas os medos apoderavam-se de mim, mas não era razão para não me deixar levar. Eu espera aquele beijo há demasiado tempo desta vez nada nos iria impedir, nem telefones, nem músicas, nem ondas do mar, nem arrependimentos, esperávamos aquilo há demasiado tempo, eu não queria que nada nos interrompesse. Os lábios deles estavam cada vez mais próximos dos meus e eu fechei os meus na esperança que apenas o João mos fizesse abrir, mas quando estamos a poucos centímetros ele abre os lábios e sinto a sua respiração sobre os meus, era uma respiração quente e calma. Estávamos tão próximos que eu juro que era só encostar os nossos lábios mas algo nos interrompeu. Era a campainha a tocar e eu juro que gritei mentalmente, porque é que nos queriam tanto separar? Abrimos os olhos e trocamos olhares, trinquei o lábio inferior, era um “tique” nervoso e ansioso que possuía e ele colocou a mão sobre os meus lábios e eu entreabriu-os, ele fechou os olhos e sussurrou enquanto eu olhava para os seus lábios que cada vez pareciam mais irresistíveis:

-Desta vez nada nos vai separar! – Dito isto encostou os seus lábios aos meus num beijo há muito desejado. Deixei-me levar pelos seus lábios, pela sua atitude, pelo momento, talvez fosse porque durante segundos deixei de pensar nas razões aparentes e lógicas da minha cabeça para me concentrar no meu coração. Concentrei-me no João e no que sentia por ele. Retribui totalmente o beijo, unidas como uma só movimentavam-se quase ao sabor do vento e da emoção, do momento e do sentimento. Será que me estava a apaixonar… Mas eu não podia! Não podia apaixonar-me, não queria apaixonar-me, mas não se escolhe amar, mas escolhe esquecer-se. Provei até que enfim os doces lábios do João a tocar nos meus, milhões de emoções turbilhavam no meu coração e cabeça, pela primeira vez eu estava confusa mas apaixonada, talvez esta fosse a palavra certa, senti um aperto no coração, e uma felicidade enorme a nascer em mim, eu estava feliz ao seu lado e não pensava em mais nada, apenas naquele beijo e nele… No meu João!
Ele era meigo com os lábios, era doce, calmo e apaixonante, posso dizer que tinham um sabor de rebuçado que me dava vontade de trincar e beijar e nunca me fartar deles! Aquele sabor de rebuçado de morango deixou de ser um beijo calmo para passar a ser um beijo cheio de desejo, porque ânsia era o que o nosso primeiro beijo pedia, desta vez nada nos iria separar. Desta vez era de vez!
Só terminamos o beijo quando o ar já nos escasseava porque a vontade de acabar era pouca, muito pouca de ambas as partes. Ele levantou a cabeça e eu encostei a minha cabeça ao seu peito e ele pousou a sua sobre a minha e beijou-me. Um silêncio apoderou-se daquele “nós”, mas era um silêncio bom. Não era constrangedor, porque não nos envergonhávamos de nada, mas era um silêncio de quem apenas queria desfrutar o momento e deixar-se levar pelas emoções. O seu coração batia descompensado como o meu, eu queria repetir aquele beijo até mais não puder mas por enquanto quero apenas ficar nos braços dele e sentir-me segura como nunca estive. Dei-lhe um beijo sobre a camisa e ele deu-me um beijo na cabeça. Sorri, sentia-me nas nuvens, talvez não estivesse apaixonada mas sentia algo por ele. Ficamos assim durante minutos, as minhas mãos agarravam no seu casaco e as suas estavam pousadas nas minhas ancas, não sei ao certo quando tempo foi, mas fiquei com a sensação que era minutos. A sua respiração deixou de ficar tão descontrolada como estava depois daquele beijo, acalmou e eu estava mais calma mas batia ao ritmo do seu. Talvez começasse a sentir algo por ele, algo mais que a amizade, mas ainda não era amor. Sussurrei, bem baixo, e senti que não foi o suficiente para ele me ouvir:

-Se tu soubesses não querias estar comigo… - Referi-me ao meu filho. Eu estava grávida e não lhe contava por diversas razões. Tinha medo que ele terminasse comigo a relação com o medo da responsabilidade de eu ser mãe, por vergonha de namorar com uma pessoa que estava grávida de outro. Por não gostar de mim. E para quê arriscar em dizer-lhe se posso perder o filho até ao 3º mês de gestação como perdi o Rodrigo?

-Disseste alguma coisa linda? – Perguntou ele. E eu aproximei-me ainda mais dele, abracei-o e deixei-me ficar encostada a ele. A sua voz parecia rouca, talvez fosse por ser uma voz de homem, uma voz grossa. E eu sentia-me bem com isso, precisava de atitudes de homem, da voz de um homem, do toque e da segurança de um homem que apenas um amor me pudesse dar e o meu filho precisava de um pai. Que eu não lhe podia dar, mas também não queria dar a responsabilidade ao João. Neste momento sentia-me bem ao lado do João e iria ficar com ele, apenas com ele, no que dependesse de mim ficaria durante muito tempo agarrada ao João.

-Que a sobremesa chegou antes do jantar. – Acabou de dizer aquilo e a minha barriga roncou, realmente a fome começava a afetar-me mas não pensei que a barriga “fala-se”. Ele olhou-me e eu corei. – Eu avisei gordo.

Deu-me a mão e levou-me até à mesa. Afastou a cadeira para me sentar e eu assim fiz, ele serviu a comida. Sentou-se á mesa e eu sentei-me também, não sei se era apenas a vontade de comer, ou do João que me pegou a fome, mas comi bastante. Talvez mais que ele e tirava qualquer lado romântico que aquele jantar tivesse. Ele apenas se ria dos “bigodes” que ficava por causa do sumo (ele quis servir-me uma bebida alcoólica mas eu recusei, em primeiro lugar não me apetecia em segundo tinha medo que fizesse mal a mim e ao bebé). Divertimo-nos a falar e a comer, contávamos piadas, brincávamos e provocávamo-nos mutuamente, riamo-nos muito, mas não abordamos o beijo que demos antes do jantar. Talvez fosse melhor não falar sobre ele, não era nenhum erro, eu realmente tinha sentindo-me bem com ele, mas tinha medo de me apaixonar e no estado em que estou, não quero envolve-lo num problema que não é seu.
Acabamos de jantar e depois eu fui lavar a loiça, tínhamos apostado que quem comesse mais assim o fazia, coloquei-me em frente ao lava-loiça e ia começar a lavar mas ele aparece-me por trás e coloca as mãos sobre a minha barriga e distribuindo beijinhos entre as minhas bochechas, o meu pescoço e a minha cabeça e isso desconcentrava-me. Virei-me para ele que rapidamente me pegou ao colo e me sentou na banca que embora estivesse molhada ele não se importou. Fiquei de pernas abertas de frente para ele e ele olhou para mim e sorriu. Eu corei, e ele aproximou-se de mim e beijou-me, um beijo fugaz e de cortar a respiração. Agarrou em mim e levou-me até à mesa onde jantamos, a loiça foi empurrada para o chão, onde bateu e estilhaçou-se. O pano da mesa ficou apenas sobre a mesa, fora nós os dois entre amaços e beijos. A minha saia subiu aos poucos e enquanto eu estava deitada em cima da mesa, ele aproximava-se de mim, por um lado não queria fazer mas por outro lado não lhe conseguia resistir. Eu não queria saber da loiça estilhaçada no chão, não queria saber do certo ou errado, eu queria saber de mim e dele a fazermos uma fusão (este eram os termos corretos). Tirei-lhe a camisola e pude pela primeira vez vislumbrar-me com os seus abdominais, pude completar cada traço do seu corpo, mas durante pouco tempo porque me entreti novamente com os seus lábios naquela troca de beijos doces mas nada inocentes. Ele despiu-me a camisola e aquela troca de carinhos prosseguiu, sem dar conta já estávamos ambos sem roupa no corpo, estávamos apenas em roupa interior e as mãos dele exploravam as minhas ancas e as minhas costas, tentando alcançar o soutien mas eu impedi-o, afastei a sua mão do meu corpo e sai debaixo dele. Não, aquilo não era o correto, não devia ser feito, não podia. Eu nem namorava com ele, eu não gostava assim tanto dele, era dar um passo maior que a perna e não precisava de cair mais uma vez para aprender uma lição. Encostei-me á bancada da cozinha e ele sentou-se numa das cadeiras daquela mesa. Estávamos apenas em roupa interior mas olhávamo-nos, eu tentava ao máximo endireitar a minha roupa interior e o meu cabelo, tentava mais uma vez parecer normal, e ele pousou os cotovelos sobre as pernas e as mãos sobre as mesmas. Estava ofegante devido ao momento que vivemos, devido aos beijos e algo mais por isso decidi beber um copo de água. Tirei o copo do armário e bebi água, depois perguntei ao João que ainda não tinha mudado de posição:

-Queres água Johnny? – Talvez estivesse ofegante como eu, mas aquela falta de palavras estava a assustar-me e sinceramente se ele me voltasse a beijar não sei se resistia ao “segundo round” por isso rezei a todos os santinhos para que ele não me olhasse senão era eu mesma que o beijava e não sei até onde ia. Ele acenou positivamente a cabeça e eu tirei-lhe o copo e deixei-o em cima da mesa. – Aqui o tens.

-Obrigado. – Disse friamente.

-Escusas de ficar assim, a culpa não é tua. – Disse enquanto vestia a minha camisola e apertava os botões. – Eu é que não quero. E mais tarde digo-te o porquê.

-Explica-me o porquê de tanto mistério. – Levantou-se e fez-se dar uns passos atrás e encostar-me á bancada. – Explica-me o porquê de não quereres começar uma relação comigo. Explica-me por favor porque é que estávamos quase a fazer amor e tu de repente afastaste de mim e deixas-me assim! – Olhou-me e eu fiquei sem reação. Mas foi apenas durante breves segundos, não ia deixar que ele me deixasse sem resposta, Raquel, Qeu não iria ficar sem resposta por razão alguma.

-Eu estou a tentar salvar-te de uma vergonha maior, de uma responsabilidade gigante. Estou a tentar proteger-te! Foi uma coisa que aconteceu do dia para a noite mas vai ter influência no resto da minha vida, da nossa vida! – Tinha sido franca e direta com ele, mais não poderia ser. Não queria dizer-lhe que estava á espera de um filho que não era seu e se dependesse dele estaria a namorar uma mulher grávida. – Eu talvez goste de ti, eu não sei, os meus sentimentos nunca são claros na minha cabeça! Se me tivesses pedido para namorarmos eu aceitaria mas pedir-te-ia para irmos com calma. E o que acabamos de fazer ia estragar tudo. Com os 2 únicos homens que me envolvi assim correu mal, um abandonou-me o outro não me quer ver pintada nem de ouro! Agora se faz favor veste-te que eu vou fazer o mesmo. – Apanhei a roupa do chão dele que estava no chão e atirei-a com ela. Também agarrei na minha e comecei a vestir-me, não queria continuar assim, até porque tinha medo que ele olhasse para a minha barriga e reparasse embora na minúscula barriguita de grávida mas que entendesse que algo não estava bem. Ele também começou a vestir-se. – Limpamos a porcaria que fizemos e depois levas-me a casa e amanhã com mais calma falamos disto.

-Eu levo-te a casa e deixa estar que eu quando voltar limpo. Mas pensa bem no que queres fazer.

-Prometo que penso descansa!

Fomos até ao carro e ele levou-me até casa. Conduziu depressa, e o silêncio apoderava aquele carro, nem o rádio estava ligado, talvez fosse o sentimento de raiva não sei… Estacionou o carro e eu dei a volta ao carro para me despedir dele, coloquei a cabeça dentro do carro e ele deu-me um beijinho na bochecha mas eu dei-lhe um beijo nos lábios só para matar a curiosidade e a saudade. Ele seguiu até casa e estava na hora de falar com a minha mãe, não sabia o que esperar, mas algo era certo, coisa boa não era!
Como diria à minha mãe que vai ser avó, sendo ela mãe solteira e tendo apenas 18 anos. E para além disso, estava separada do pai do meu filho e quase me envolvia com outro homem hoje?! Além disso já perdi um filho no meu ventre, o que significava que era a minha 2ª gravidez num espaço de 3 anos! Abri a porta de casa e a minha mãe esperava-me sentada no sofá tranquilamente a ver televisão… Tinha medo da conversa mas iria ser frontal.

-Raquel precisamos de falar. – Disse a minha mãe. Quando ela me chamava de Raquel era porque o assunto era sério, demasiado sério.

-Queres falar sobre a ecografia que encontrei em cima da cama. – Sentei-me ao lado dela no sofá e pus a minha mão sobre a barriga.

-Queres saber se estou grávida? Sim, estou mas ainda é muito recente.

-Explica-me porque é que não tiveste cuidado, porque é que não te precaveste? – Interrogou-me elevando o tom de voz. E levantando-se do sofá e olhando-me. – Diz-me que ao menos sabes quem é o pai e que ele sabe. Diz-me que é o João, por favor. Não te chegou o susto com o Rodrigo? Achas que tenho condições para ter um neto?
Levantei-me do sofá e enfrentei-a, estava na altura de também lhe responder dignamente:

-Achas mesmo que eu quis engravidar? Achas que pensei e desejei um filho com 18 anos de vida? Claro que sei quem é o pai do meu filho, não sou dessas que leva qualquer um para a cama e fica sabendo que só levei dois e dos dois engravidei e são meus ex-namorados. O pai do menino sabe e aceitou, vai fazer tudo por ele, apesar de já não estarmos juntos. Chama-se Ezequiel, para o caso de quereres saber. O João não é chamado para a história, aliás ele não sabe nem pode saber deste bebé! E vê lá se te preocupas em pelo menos saber de quanto tempo estou grávida? Estou de 6 semanas mas obrigado pela preocupação! Descansa que eu e ele estamos bem. E ainda posso fazer muita coisa por causa desta gravidez. Não vou é tomar uma decisão precipitada, tenho de pensar em conjunto com o pai do menino.

-Ao menos não foi como a peça do pai do Rodrigo que te deixou, este foi homenzinho para o fazer, vai ser homenzinho para o ter e criar. E quando pensavas dizer-me que estás grávida? Ao menos posso conhecer o pai do meu neto? Como é que tiveste coragem de estar com o João estando grávida de outro homem? Esperas o quê que ele descubra que estás grávida quando se começar a notar a barriga?

-Não, e vê lá se acalmas os pirolitos com um bombardeio de perguntas! Uma coisa de cada vez e vê se falas baixo que eu estou grávida, não estou surda! Eu ia dizer-te que estava grávida simplesmente ia esperar pelos 3 meses porque até lá posso muito bem perder o piolho, o teu neto. Não sei se o pai do meu filho te quer conhecer, aliás ele mal me quer ver á frente quando mais quem me deu vida. Eu estive com o João sim mas não foi como estás para aí a pensar, ele quis estar comigo e eu aceitei. Não estava com ele há muito. E que tem queres ver que só porque estou grávida tenho que ficar trancada em casa sem socializar? Ele vai descobrir que estou grávida porque eu quero dizer-lhe, mas quero chegar aos 3 meses.

-Mentaliza-te que neste momento tu já és mãe. Estando ele cá fora ou lá dentro. E já te puseste no lugar dele, gostavas de namorar com uma pessoa e só descobres tarde demais que ela está á espera de um filho… De outro?! Ainda podes decidir o que vais fazer filha mas eu conheço-te, sei perfeitamente no que depender de ti terás este filho. Mas tens de ver os prós e os contras.

-Eu ainda não pensei em nada, mãe, soube há muito pouco tempo que estou grávida. Ainda não digeri nada. Neste momento só sei que estou grávida e aquela ecografia prova isso mesmo. Eu ouvi o batimento cardíaco dele mãe! Sabes o quanto isso é mágico? Achas que esperava ouvir isto tão pouco tempo do Rodrigo? Eu só me envolvi com ele duas vezes, achas que pensava que engravidava? Mas entendo a tua preocupação mas neste momento não tens de te importar nem com o João, nem com o Ezequiel, mas sim com a tua filha e com o teu neto.

-Vais viver com a família do teu pai nos Açores. Não tenho condições para cuidar deste neto, a minha família também não tem. Eles lá dão-te tudo o que precisares. E não há volta a dar Qeu, vais ter de lidar com as consequências das tuas atitudes.


Que resposta dará Raquel? Será que vai viver longe de todos?
Que acontecerá á relação com João? Como reagirá Ezequiel? 

2 comentários:

  1. quero muito o próximo uma vez que fiquei super curiosa :o
    Em primeiro gostava que ela disse-se que ia morar para lá e depois era mesmo fantástico o Ezequiel ir atrás dela e admitir que a ama :o
    Mas também tenho pena do João que me dá a entender que gosta dela :c
    Confio em ti, por isso sei que vais fazer o melhor , ihih
    (mas admito que adoro a Raquel e o Ezequiel)

    besos, Débora*

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  2. Olá :D

    E pronto, este João tinha de vir, eu a pensar que ia ser agora que o Ezequiel e a Qeu iriam se aperceber que talvez gostem um do outro e que juntos poderiam cuidar deste filho...

    Espero que ela conte rapidamente o facto de estar grávida, ao João. Já que agora talvez se tornem namorados, é bom que ele saiba e assim poderá ajudá-la.

    Quanto a estas perguntas no final, espero que a Raquel não aceitei, nem que para isso, para ter uma vida estável e alguém que a possa ajudar, que fiue com o João ou então que vá mesmo ter com o Ezequiel, ele é o pai do filho dela e de certeza que a ajudará.

    Quero rápido o próximo, sff.

    Beijinhos
    Beatriz

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