O
beijo foi intenso, deixei-me levar, não sei bem explicar, teve uma mistura de
doce com violência, era uma mistura louca de qualquer coisa que eu não sei bem
traduzir por palavras, não o amo, isso não, nem acho que goste dele para estar
numa relação e não acredito que se algum dia tivéssemos uma relação resultasse
e também quem precisa de uma relação para nos ligar quando iremos estar ligados
para o resto da vida, o nosso filho traria desse assunto para sempre, ai que
poético Qeu! Eu nem quero que ele o assuma, ou aliás quero simplesmente que ele
assuma mas não queira saber dele, podem dizer á vontade que assim escolhi o
homem errado mas olhem eu não escolhi, simplesmente aconteceu, eu quero ser mãe
solteira, sei bem que é difícil ser mãe solteira, sinto quase que o fui do
Rodrigo apesar de ele não ter nascido, acarretei sobre mim mesma tudo o que aquele
bebé trazia, já tinha algumas roupas, já tinha algumas coisinhas para ele, e
quando o perdi senti que não podia contar com ninguém, o pai dele deixou-nos e
simplesmente éramos nós os três, senti todas as emoções de uma gravidez, de um
filho e quando as perdi, talvez por culpa própria tive de guardar tudo para
mim. Assim que separamos os nossos lábios, sorriu e ficamos segundos a
olhar-nos, coloco a mão esquerda sobre a sua face e com a outra mão dou-lhe um
murro muito bem dado na parte mais baixa dos homens, para ser mais precisa na
parte que teve influência direta na criação deste filho. Ele deita-se no chão a
queixar e eu respondo:
-Coitadinho que o menino é sensível! –
Coloquei-me no chão ao pé dele e digo.-Não
há um nós, há sim, eu, tu e o bebé. – Viro costas e vou embora, daquele
sítio, daquele local, dele e de tudo o que possam imaginar, definitivamente não
havia um “nós”, havia um, eu, ele e o bebé e quem sabe o bebé não iria ser só
mais um susto na minha vida, afinal não era o primeiro e como perdi o Rodrigo,
também tenho probabilidades de perder este também, por vezes penso que sou eu
que não estou destinada a ser mãe, apesar de ser o meu sonho. Pego no carro e
vou até minha casa, pelo caminho oiço o telemóvel e decido atender, não sem
antes ver de quem era a chamada, se fosse o Ezequiel iria negar a chamada, mas
que raio, detesto pessoas que me deixam sobre pressão e claro depois do golpe
“baixo” que lhe dei pensei mesmo que deixei bem claro que não queria nada com
ele, secalhar até queria mas não estava disposta a ter uma relação com um homem
que mal conheço muito mais estando eu grávida de um filho dele, ele depois
devia querer o casamento e nunca, nenhum homem me vai fazer mudar de ideias em
relação a isto, o amor é uma coisa que a mim não me afeta. No caminho de
regresso a casa recebo uma chamada, vejo que é da minha mãe e sinceramente não
estava com disposição para ouvir histórias ou para ouvir raspanetes, desligo e
de imediato ligo á minha prima Rita, ainda demora a atender e assim que atende
fá-lo ofegantemente e de imediato provoco-a:
-Desculpem interromper o vosso
desejo insaciável de sexo mas vinha avisar-vos que á vida para além disso e á
um amigo do teu namoradito, o Ezequiel que está mal, está em casa a queixar-se
das partes baixas por isso vão ver dele. Beijinhos adeus, muita produtividade!-
Dito isto desligo o telemóvel,
arrumo dentro da minha mala e volto para a condução mas desta vez decido talvez
tomar uma atitude que não devia tomar mas olha, não é por tocar na barriga que
me afeiçoou a este bebé e claro o pequeno também precisa de sentir alguma
ligação da minha parte, porque vou fazer tudo para o Garay nem se aproximar da
minha barriga, distância e depois do murro que lhe dei acredito nitidamente que
ele vai querer mesmo distância de mim, para bem dos filhos que ele terá com
qualquer outra mulher, porque meus chega um e mesmo assim acho que já é muito,
mas compreendo que queira criar alguns laços com o filho, não digo que não o
faça mas não será o típico pai. Como por esta hora a minha mãe estava em casa e
não queria estar com ela, até porque me iria chatear e eu acabaria por lhe
contar que estou grávida novamente e isso ia gerar discussão, e sei
perfeitamente que não ia acabar bem, decido ir até casa da minha prima Rita,
vestir um biquíni e uma roupa de verão e vou até á praia, como tinha as chaves
nem iam dar que lá passei. Assim que lá chego, vejo o quarto da Rita fechado
mas era no quarto dela que eu tinha a minha roupa, bato á porta e vejo que está
vazio, o que estranhei visto que até havia uma meia branca na maçaneta,
dispo-me, arrumo a roupa toda e visto o meu biquíni, o mais atrevido que tinha por
lá por sua vez.
Já
fora do quarto, deparo-me com o Nico apenas com uns boxers vestidos e a Rita
aparece pouco depois com a camisa dele vestida, sorriu mas sem dizer nada
vou-me embora, fui sem destino algum, ia até onde a minha mente me levasse. E
não, não fui até á praia onde acabei com o Ezequiel, nem na praia onde
estivemos juntos, levou-me até a uma praia de Cascais que ainda hoje desconheço
o nome. Saiu do carro e sinto uma sensação que não era de todo estranha em mim,
quer dizer era estranha na fase em que me encontrava (a gravidez), sinto que
estava com a menstruação e vou até á casa de banho mais próxima e o mesmo se
revelava verdade, o período tinha realmente aparecido, estava mês e meio
atrasado mas apareceu, apesar do teste de gravidez ter dado positivo, havia
algo que não batia certo, então mas perdi a criança? Será que foi outro susto?
Não sabia o que fazer até que decido novamente voltar para ao pé do Garay, não
era a melhor ideia depois do golpe que lhe dei mas se era falso alarme ele
precisava de saber que (felizmente!) já não estávamos unidos para sempre como
dizem nos contos de fadas.
Será
que foi mesmo um falso alarme?
Como
irá reagir ele a esta notícia? Como ficará a história deles depois disto?
Como não poderia deixar de ser quero desejar a todas as leitoras um excelente e feliz Natal junto dos que amam, cheio de amor e de todos os valores que esta época simboliza. Beijinhos minhas queridas leitoras :)
Bem por esta é que não esperava.
ResponderEliminarBem estou a ver que o Ezequiel vai "sofrer" um pouco nas mãos da Qeu. Principalmente quando ela as fecha e acerta.lhe num sitio onde se torna muito doloroso para ele.
Bjs Tânia
Olá :D
ResponderEliminarSim, ele vai sofrer um pouco nas mãos dela, mas pensa mesmo se o condenar a infertilidade ele sempre está seguro visto que ela pode estar grávida dele... Fica a dúvida no ar! Quem sabe se um dia se endireitam?
Beijinhos, Rita
Obrigada, pela dedicatória Rita sabes que eu sou a tua fã nº1 das 3 fic's, sabes que podes contar sempre contar comigo. Agora deixaste-me baralhada mas a Qeu está grávida ou não? :p E eu a pensar que vinha um bebé a caminho para juntar estes dois.ahhh bjs
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