sábado, 15 de dezembro de 2012

Capítulo 14: "Eu não posso, eu estou á espera!"

Boa noite leitoras! :)
Tive algum receio em publicar este capítulo visto que as visualizações têm andado baixas comparativamente ás fics do mesmo blog: Por Ti & Quando Menos Esperares, mas como falei com algumas leitoras e elas pediram muito e é um capítulo decisivo decidi publicá-lo só agora, apesar de já estar escrito á algum tempo. Espero que gostem e deixem mensagens para sabermos as vossas opiniões! Beijinhos, Rita & Qeu

Fiz o teste de gravidez com toda a calma do mundo, não tinha esperança nenhuma de estar grávida, sentia algo que me dizia que não era desta vez que eu iria ser mãe, não era desta vez que daria um irmão ao Rodrigo. Podia perfeitamente estar grávida e sabia disso, porque fizemos sexo algumas vezes sem nos protegermos, ele devia pensar que eu tomava a pílula mas não gosto nada dessas coisas e quando o fiz pensei mesmo que não era por uma ou duas vezes que engravidava. Não era isso que me ia fazer mudar a vida, não era dois ou três orgasmos que me iam fazer mudar radicalmente a vida, me iam viver a maternidade pela primeira vez e depois da morte prematura do meu filho sentia que era quase impossível voltar a engravidar sem muito desejar ou pensar, afinal morreu um bebé no meu ventre, por minha culpa. Depois de o fazer, esperei alguns minutos calmamente, os enjoos e todos os sintomas que vivia pensei para mim mesma eram naturais, comi alguma coisa estragada, não estou bem, o período está para me aparecer, o meu corpo apanhou alguns vírus, inventava mil desculpas para não memorizar que estava grávida, e depois de fazer o teste apanhei um susto horrível. Enquanto esperava pelo resultado li as instruções e decorei a forma como dava negativo e nem sequer li como era o positivo, logo quando vi o resultado diferente do que esperava tive que ver nas instruções para ver se era mesmo o que queria negar. Li o papel algumas vezes, depois de ler o resultado algumas 4 ou 5 vezes, engoli em seco e fiquei durante vários minutos a tentar ter uma reação mas só olhava para o resultado, como era possível aquele homem dar-me cabo do dia mesmo mês e meio depois de nos vermos pela última vez?! E agora digo-lhe não lhe digo, fico com o bebé? Aborto ou não? As probabilidades do bebé nascer na minha cabeça eram poucas, muito poucas por isso não tinha com que me preocupar, o bebé não ia nascer, quando já estava memorizada e preparada para ter o meu Rodriguinho ele morreu por isso preferia não me preparar para ser mãe novamente e depois se algo lhe acontecesse eu já não sofria tanto, e como aguentei a morte do meu Rodri acho que se perdesse este também morria por dentro, desistia de vez de ser mãe, de me apaixonar, seria apenas eu eternamente. Por um lado eu gostava muito que o bebé nascesse, realizaria o meu sonho de ser mãe, de ter o meu filho, apesar de já me considerar mãe de um menino de 2 anos, queria ter um que nascesse, que tivesse vida, que eu desse tudo, de o ver crescer na minha barriga, o mais velho também cresceu e com 4 meses já tinha alguma barriga. Mas seguindo… Decidi reagir, levantei-me, agarrei nas chaves de casa e do carro, apesar de não ter carta eu aventurava-me a conduzir o carro da minha mãe e lá fui ter a casa do Ezequiel. Era perto da hora de almoço, logo ele deveria estar em casa, coloquei prego a fundo e lá fui, no caminho recebi chamadas da minha mãe, que recusei sempre e depois esperava chamada da Rita mas não, foi o Nicolás que me ligou e logo atendi, talvez ele me pudesse dizer onde estava o Ezequiel:

-Diz Nico. – Disse enquanto colocava o altifalante no telemóvel e o pousava no meu colo. – É melhor despachares-te porque estou a conduzir. – Não estava com paciência para joguinhos mentais, nunca tive mas eu queria ouvir os seus argumentos.

-Dei-te tempo para digerires tudo mas eu preciso mesmo de falar contigo sobre o que se passou com o Ezequiel. E depois preciso de saber se já fizeste o teste. Não vale a pena tentares dar a volta á história porque o pouco que te conheço já sei o que farás e o que esperar. – Não estava nada á espera desta atitude dele mas sabia que podia confiar nele e se não pudesse ele já sabia o que lhe esperava, uma grande tareia e um grande raspanete mais tarde.

-Eu gosto do Ezequiel não nego mas não gosto dele ao ponto de amar loucamente, não gosto dele ao ponto de perdoar tudo e as coisas para mim não estavam a resultar, ponto. E conheço bem a peça que ele é, conheço bem o estilo mulherengo dele, e não quero estar numa relação com um homem que não conheco e que não confio nele, lamento!- Era a mais pura das verdades.

-Mas podes estar á espera dum filho dele, pretendes esconder-lhe isso?- Ai Nicolás se não te calas eu obrigo-te a calar, estás a tocar nos pontos todos.

-Eu não posso, eu estou á espera de um filho dele! – Disse um pouco sem pensar no que dizia, disse-o e pronto e do outro lado oiço um silêncio assustador e dei-lhe tempo para responder. E assim que o fez, fez um pouco a medo:

-Tu… -gaguejava – Tu… -voltou a gaguejar e aquilo já me estava a dar a volta a cabeça.- Vais ter um filho?

-Sim, acho que ainda sei o que é que ando a fazer e com quem! – Comecei-me a rir – Só pode ser ele o pai, estou grávida tenho a certeza.


-Como é que sabes? – Disse a medo
-Fiz o teste de gravidez e deu-me positivo e descansa que vou dizer-lhe pessoalmente, escusas de lhe ir dizer a correr, mas por favor conta a minha prima não sei como lhe dizer e se ouvir da tua boca é diferente. Bem agora vou desligar que tenho um assunto a tratar. – Nem lhe dei tempo para responder e desligo a chamada. Estaciono em frente á garagem do Garay, assim ele não conseguia fugir para demasiado longe e porque era o lugar na rua disponível e como não tinha a carta ainda não sabia bem-fazer tudo direito, estacionei o carro á pressa e sai do carro, não toquei á campainha, ultrapassei o muro que cobria o seu jardim e fui direta a casa dele, quer dizer não era a casa dele, era a casa onde engravidei, ai que raiva porque é que não posso voltar atrás no tempo? Não estou arrependida de o ter feito, nem de o ter conhecido, nem de me ter deixado levar, estou sim com peso na consciência digamos, porque eu carrego um filho dele na minha barriga, mas porque raio não usei preservativo? Não preocupa, a criança não vai aguentar até ao final da gestação, vou sofrer outro aborto, o Rodri já não vai ser o meu primeiro e único filho, sinceramente acho que o problema não é deles é meu e do meu corpo, eu não tenho cuidado comigo como terei cuidado com um filho, que seria totalmente dependente de mim, como carregaria durante 9 meses um bebé se nem consigo passar 3 meses sem ir a uma festa divertir-me, apanhar uma valente bebedeira e divertir-me. Entro pela casa e vejo o Nico e a Rita na piscina, eles acabam por me dizer que o Garay estava lá dentro, peço a eles que se mantenham ali e não me seguissem, o Nico fez-me um olhar cúmplice e eu sigo para dentro de casa, ele estava na sala e eu sento-me ao seu lado no sofá, ele afasta-se para a outra ponta do sofá sem nunca mencionarmos uma palavra, eu mudo-me para o outro sofá e ele continuava sem me olhar e eu deito-me no sofá de barriga para cima. O silêncio era assustador e ele interrompe-o dizendo:

-Porque é que reapareceste agora depois de tanto tempo? – Perguntou olhando para a rua, na pequena janela que havia sobre a televisão da sala, não entendia qual era o medo dele de me olhar nos olhos e respondo olhando para ele e num tom de voz um pouco alto:

-Não voltei por “nossa” – Fiz aspas com as mãos, uma espécie de aspas imaginárias. – Causa. – Fiz uma pausa e respondi. – Voltei por outro assunto mais importante e tu precisas de saber.

-Não sei o que é não quero saber, só quero que te vás embora, tiveste o teu tempo e não o fizeste. – Foi até á janela mas antes de lá chegar vou a correr até á casa de banho, e a mais próxima era mesmo a casa de banho onde nos envolvemos e não aguentei, vomitei. Ele seguiu-me e ficou ao meu lado a ver-me vomitar e deu-me uma toalha para me limpar mal terminei. Depois vou beber um pouco de água e passo a minha cara por água, olho-me ao espelho e ele está atrás de mim. Limpo as minhas bochechas e olho-o através do espelho, não era face a face, olhos nos olhos, lábios nos lábios mas conseguia manter a decência, a calma e ao mesmo tempo observá-lo.

-Não sei como te dizer isto, eu não quis. Não quis. – Não resisti e deixar cair uma lágrima sobre o meu rosto e ele afastou-se, sentou-se junto ao jacuzzi onde aconteceu, onde poderíamos ter feito o nosso filho, ainda agora me parece estranho dizer isto. Deixei-me ficar onde estava, olhava-o através do espelho e vi que ele estava pálido, petrificado. – Eu... – Gaguejei. – Eu... – Gaguejei novamente, não tinha coragem para lho dizer, apesar de lho querer dizer não tinha pensado qual era a melhor maneira e era ele o pai do bebé, ele tinha que saber e foi agarrada nesse pensamento que termino a frase. - Estou grávida.- Disse apressadamente e baixando o olhar.

Qual será a reação de Ezequiel?
Como ficará a “história” deles depois deste teste? Como irá habituar-se Qeu a esta nova realidade?

12 comentários:

  1. Respostas
    1. Olá :)

      Vou tratar de escrever muito, muito em breve o próximo capítulo!

      Beijinhos :)

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  2. Esta fantastico adorei continua.bjs

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    1. Olá :D

      Obrigada pelo elogio. Vou continuar ainda com mais fé depois dos comentários positivos e da resposta positiva que me deixaram!

      Beijinhos

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  3. Olá Rita, como já te disse adoro esta história.
    Quero o próximo rapidinho....

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    1. Olá Cátia :b

      Obrigada pelo teu apoio, pelos elogios, por tudo, por isso de um certo modo as leitoras podem agradecer-te por este capítulo ter sido publicado agora.

      Vou tratar de escrever muito, muito em breve.
      Beijinhos, Rita & Qeu

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  4. Booom! Agora a história começa a aquecer.
    Mal posso esperar para saber qual será a reacção do Ezequiel.

    Bjs Tânia

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    1. Ainda bem que começa a aquecer, quero cativar as leitoras!

      Digamos que ninguém vai esperar a reação dele, será um pouco diferente do que esperam, inclusivé do que a Qeu tinha imaginado.

      Beijinhos, Rita

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  5. Olá Ritinha :)
    Fogo, tantas emoções juntas!
    Preciso de mais rapidamente! Estou viciada! Isto é tão perfeito!
    Porquê que eles se afastaram? O Garay vai assumir o filho? Vá lá...
    Beijinhos
    Didi Martibs

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    1. Olá Didi :)

      Larguei uma "mini-bomba" para as minhas leitoras, espero que não vos tenha desapontado! Ainda bem que estás viciada, saber que te cativei dá-me logo outro adrenalina para escrever o futuro deles...
      Vou tentar publicar rapidinho! Vão entender o porque de se terem afastado no futuro, tudo tem uma explicação vais ver.

      Beijinhos Rita

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  6. Olá :D

    Mas isto lá é forma de acabar!? Fogo tava aqui anciosa para saber qual a reação do Garay e chego ao fim sem saber, não é justo e por isso quero o próximo o mais rápido possível. A Qeu é assim um pouco pessimista, mas espero que a gravidez corra bem e que nasça um bebé lindinho e fofinho, estes dois merecem e até pode ser que atinem xD

    E claro que amei o capítulo, adoro a fic...

    Beijinhos
    Beatriz

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    1. Olá mi reina <3
      Estes dois prometem e mais nada posso adiantar! Um filho muda sempre muito a vida de uma pessoa, ás vezes para melhor, outras vezes para pior... Vão ter de esperar para ver.
      E olhar minha tonta já há um capítulo editado depois deste, logo já sabes a reação dele, acabei assim porque gosto de manter o suspense ahah
      A Qeu não é pessimista mas ficou marcada pela morte do Rodrigo e nunca recuperou bem da morte dele, não se perdou mas quem sabe isso não passa! Quanto a este bebé nada posso adiantar, só que vai mudar muito a história destes 2.

      Obrigada pelo elogio, é importante que me digas isso.
      Beijinhos Rita

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