sábado, 29 de dezembro de 2012

Capítulo 17: “Juntos vamos educar este filho, que é nosso: é teu e meu“

Não sabia o que pensar, o que fazer, instintivamente pego no carro para ir ter com o Garay, não sei o que me deu, não pensei no que fiz, fi-lo e pronto, talvez perdida em pensamentos foi a primeira pessoa que me surgiu na cabeça, talvez porque seja ele o pai ou algo mais, também porque sabia que não estava sozinho assim não poderia reagir a quente, a Rita e o Nico impediriam que algo acontecesse e duvido que estando grávida ele me respondesse do mesmo modo que eu o magoei (física não psicologicamente), já no caminho ligo para o Nico, isto tudo porque não tenho o número do Garay e se tivesse duvido que me atendesse depois do que lhe fiz, mas sei que o golpe não foi demasiado mau para o condenar á infertilidade, mas quem me atende é a minha prima e começamos a conversar:

-Qeu vem ter connosco, o Ezequiel está nas urgências do Hospital Garcia de Orta, está a contorcer-se com dores. – Por um lado senti um arrependimento a sugar-me o corpo, fui demasiado dura com ele, não mereceu a minha atitude mas estava a pagar por uma atitude talvez infantil, não era minha intenção magoá-lo, era só pregar-lhe um susto. Mas não ia dar a minha parte fraca, não ia mesmo, posso estar grávida (ou talvez não) mas sei perfeitamente o que faço, fiquei preocupada e com um peso na consciência claro.

-E ele está bem? – Foi a única coisa que me saiu, podia ter perguntado um milhão de coisas mas optei pela mais parva sinceramente.

-Que e que tu achas Raquel? Está nas urgências do hospital depois de levar um murro nos testículos teu e tu ainda tens a lata de perguntar se está tudo bem? Tu tens noção que se eu e o Nicolás não estivéssemos chegado á hora que chegamos podia ter sido ainda mais grave? – Obrigada Rita por me teres posto ainda pior, obrigada por me teres posto ainda mais peso na consciência, claro que me estou preocupada com ele, fui eu que fiz a asneira, ele é o pai do meu filho, a minha intenção não era pô-lo nesse estado, era simplesmente manter a distância suficiente entre nós, não consigo aguentar isto tudo, sou humana e estou grávida é demasiada emoção para uma só pessoa.

-Eu sei que fiz asneira, escusas de me lembrar. E fica sabendo que vou já a caminho do hospital para ver como ele está e pedir desculpas, é o mínimo que posso fazer. – Contive as minhas lágrimas ao máximo quando a minha vontade era chorar, não sei bem explicar bem porquê não era só culpa, era algo mais que isso, não sei explicar talvez seja a emoção e as hormonas que a gravidez me deu.

-O Ezequiel não te quer ver. – Fiquei pasmada, mas não ia ficar sem resposta.

-Ele não tem escolha e eu também não lhe perguntei, vou vê-lo e pronto.

-Qeu é melhor não, ele pode ser operado daqui a pouco tempo e a última recordação que ele quer ter não deve ser a rapariga que o pôs neste estado, depois logo se vê. – A Rita estava a tentar acalmar o Nico, ao mesmo tempo que falava comigo, sabia que ela estava próxima do Ezequiel, entendi logo que estava a tomar conta de três mas eu sempre se segui contra as regras, pelo que sempre quis e não ia dar ouvidos a ninguém. Desliguei a chamada, estacionei o carro e fui até às urgências, havia imensa gente á espera de ser atendida mas não os via, fui até ao atendimento e perguntei:

-Olhe desculpe pode-me dizer onde está o Ezequiel Marcelo Garay? – A senhora olhou-me com cara de gozo e num tom assim perguntou:

-Acha que mesmo se pudesse lhe dava esse tipo de informação? – A minha vontade era saltar aquela bancada e lhe espetar um estalo mas não ia descer ao nível dela, nem pensar, respondo com todo o tom estranho que havia em mim, um tom sínico.

-Oiça lá só porque a senhora está a fazer atendimento ao público e já teve de lidar com pessoas menos simpáticas não significava que eu seja igual a elas. – Agora mudei o meu discurso para um tom simpático e honesto. – Eu estou grávida mas precisamente á espera de um filho dele e tanto eu como o meu filho estamos preocupados, por isso agradecia que me desse essa informação se não fosse muito incómodo. – A senhora começou a rir-se, tocou na colega ao lado que olhou para ela e cochichou, mas suficientemente audível para eu ouvir:

-Já viste isto? As miúdas de hoje estão tão desesperadas por saberem dos seus ídolos que já inventam mentiras sem pés e cabeça! – Começaram a rir-se as duas e a minha vontade era de saltar aquele balcão e desfazer as duas á chapada.

-A menina sabe-me dizer quem o está a acompanhar? – Apareceu uma senhora vestida de enfermeira atrás de mim a fazer-me aquela pergunta e eu respondi, talvez fosse a minha oportunidade de o encontrar.

-Sei sim, está o Nicolás Gaitán e a minha prima Rita. – Disse e ela olhou-me. Era uma enfermeira bastante simpática e bonita, talvez fosse a minha escapatória para os ver, ou melhor para ver o Ezequiel, queria pelo menos dizer-lhe que lamento o que fiz, a minha intenção não era de todo magoá-lo era só uma brincadeira que correu mal.

-E sabe porque razão ele está internado? – Eu queria muito vê-lo, queria vê-lo e saber como estava mas aquele interrogatório da enfermeira estava-me a deixar nervosa mas entendi que era normal querer saber toda aquela informação para se certificar que o que dizia era verdade.

-Sim, dei-lhe um murro nos testículos. Será que me pode levar até ele? Tenho mesmo de lhe pedir desculpa. – Agarrou no braço e levou-me a correr até junto dele. O Nicolás estava á porta e assim que me viu olhou-me com olhos de raiva, de ódio, era compreensível, magoei um grande amigo e não só coloquei-o no hospital. Entrei no quarto juntamente com a enfermeira e olhei para a Rita que se demonstrou triste com a minha atitude, não só porque fiz o contrário do que ela me pediu mas porque magoei o Ezequiel, sou diferente das raparigas da minha idade, faço tudo o que quero mas nunca magoei ninguém a este ponto, aproximei-me do Ezequiel que estava a ser acompanhado por um médico e embora meio zonzo, dei-lhe um beijo na testa mas as suas expressão não mudavam, estava triste e desapontado, nada me magoava mais que isso, saber que ele estava magoado comigo e sussurrei-lhe:

-Desculpa Ezequiel, não era minha intenção magoar-te não de todo, apenas queria pregar-te um susto. Ver-te mal é o pior sofrimento que me podiam causar e eu quero que melhores rápido para juntos educarmos este filho, que é nosso, é teu e eu aceito educa-lo ao teu lado mas para isso tens de ficar bom, vai assumi-lo e preparar-te para esta oportunidade, não pensada nem desejada mas que aconteceu por algum motivo. Desculpa Ezequiel.

O que será que o Garay vai responder?
Será que Raquel está mesmo grávida? O que espera o futuro daquela relação?

2 comentários:

  1. Olá!
    A Qeu foi tão má! Coitadinho do Ezequiel :(
    Afinal não entendi se ela está grávida ou não...
    Á espera do próximo!
    Beijinhos
    Didi Martins

    ResponderEliminar
  2. Eu bem sabia que lhe ia acontecer alguma coisa ao pobre do Garay! Não ficou infértil mas vai ser operado. Pobrezinho!
    Pois será que ela está mesmo gravida ou não?
    Por favor não nos deixes nesta espera!
    Beijos
    Tânia

    ResponderEliminar