quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Capítulo 12: “Se eu quisesse aturar uma birra de uma criança ia para educadora de infância“

Eu arrependi-me do que tinha dito, fui tão fácil, deixei-me levar, fui inconsciente e reagi sem pensar, não era de mim assumir assim que estava apaixonada, nada meu, por um lado eu queria dizer-lhe tudo isso, o meu lado sentimental falava mas por outro, o meu lado racional, não deixava queria ao máximo esconder o que sentia e negar até á exaustão o que sentia, era os meus dois lados opostos frente a frente: um contra o outro. Eu já o tinha dito e depois beijei-o, estava arrependida mas por outro lado não, era um misto de sensações, de emoções. Estávamo-nos a beijar, estávamos frente a frente e eu coloquei a mão sobre o seu peito e separei os nossos lábios, eu queria ouvir a resposta dele. Ele olha-me e responde:


-Eu também!-e voltou a querer encostar os nossos corpos mas eu levantei-me da mesa e separei os nossos corpos, fui andado atrás dele empurrando-o em direção á parede e ele recuava passo ante passo, até se encostar á parede, mordi-lhe o lábio e voltei até á mesa a correr.

Ele seguiu-me e sorriu, sentei-me na mesa e acabamos de almoçar, entre muitas risotas e brincadeiras, não só da nossa parte mas também porque vários fãs vinham até á nossa mesa e pediam autógrafos, fotografias, pediam um diverso número de coisas, algumas bastante parvas mas ele acedia a todas com muita calma e sempre com um sorriso na cara. A certa altura aparece uma rapariga bastante jovem com uma criança ao colo, vinha de mão dada com o rapaz que devia ser o seu companheiro, mas tarde descobri também que era o pai do petiz. O traquina era muito reguila e assim que se aproximam da mesa ele faz questão de fazer força até ir para o chão, e mal lá chega diz:

-Mãe, mãe. – Agarrou-se á perna da mãe mas a mãe não o olhou. – Por amor de Deus.- Claro que eu e o Ezequiel nos começamos logo a rir não era normal uma criança usar uma expressão destas. – Por amor de Deus mãe sou eu o teu filho Tomás. Olha para mim. – A mãe agarrou e colocou novamente ao colo e ele continuou a falar. – Este não é aquele que o pai diz que joga bem á bola? – Perguntou inocentemente enquanto apontava para o Ezequiel. – O companheiro dela agarrou no pequeno e colocou no seu colo, deu-lhe um carinho no rosto e disse:

-Tem cuidado com a maneira com que falas Tomás! Não conheces o rapaz de lado nenhum para o tratares assim! – O menino abanou que sim com a cabeça.

-Conheco sim! E tu também conheces dizes que ele joga bem á bola e que queres que ele jogue sempre, e depois quando marca golo tu gritas muito!- foi impossível não nos rirmos, a criança era um mimo, totalmente inocente mas direta, talvez se muitos adultos fossem assim só ficavam a ganhar, pensei para mim mesma.

-Obrigada pelo elogio meu pequenino!- o Ezequiel levantou-se e deu-lhe um beijinho na bochecha na bochecha e um “passou-bem”, mas ele fez questão que o pai o coloca-se no chão e respondeu:

-Eu não sou pequeno, sou grande e forte!- colocou-se apoiado sobre a ponta dos pés e puxou a t-shirt para trás e mostrou os seus “músculos”, eu só conseguia rir de tão divertida e animada, o Ezequiel também.

Tu és mais alto e grande e forte mas eu também sou, vais ver!- Começou a correr e o Ezequiel ia correr atrás dele mas o pai impediu-o e foi a correr atrás dele, a mãe pegou na folha que ele tinha assinado minutos antes e seguiu atrás dele. Começou uma conversa muito estranha, realmente e eu não estava a gostar:

-Um dia serei eu a viver o papel de pai se Deus quiser! E quem sabe não será contigo?-era uma pergunta retórica mas na mesma eu decidi responder, odeio ficar sem resposta:

-Aguenta aí os cavalos que isto ainda mal começou e tu já estás a querer andar em demasia. – Respirei bem fundo. – Uma coisinha de cada vez!

-Eu não disse que iria ser eu disse que poderia ser, nada mais por isso tem calma tu!- Ai tu vais pagá-las Marcelo, ai vais, vais! Pensei para mim mesma.

-Tem tento na maneira como falas, se falei bem contigo tu falas bem comigo. Respeitinho é bom e eu gosto e muito! Não penso ter filhos tão cedo, muito menos casar, isso é que está fora de questão.

-Porra que tu és teimosa que nem uma mula! – Comecei a gargalhar.

-Já vi que isto está a ficar sem rumo e muito azedo: fui! Depois vemo-nos. – Peguei na minha mala e ia embora, não queria saber do meu rumo queria apenas sair dali e não ouvir outra birra, se eu quisesse aturar uma criança ia para educadora de infância.

-Se quisesse aturar uma birra de uma criança ia para educadora de infância. A conversa não me está a agradar: fui! – Levantei-me da cadeira, agarrei na minha mala e ia embora dali não sem antes agarrar na chave do carro do Ezequiel, não tinha onde ir nem o que fazer, por isso o melhor mesmo era ficar sentada lá, á espera nem eu sei bem do quê. Ele não entendeu que eu lhe tirei as chaves, pensei para mim mesma: “melhor”. Sai num passo apressado e fui até ao interior do carro, deitei-me e acabei por adormecer. Mas o sono tão foi muito profundo, acordei minutos depois com um perfume a entranhar-se nas minhas narinas e era aquele perfume, era o Ezequiel, sentou-se no banco da frente e sem mais nem menos tirou a chave que estava em cima do banco do pendura e fez-se ao caminho, não me disse nada, nem respondia. Eu bem perguntei e tentei saber até onde ele me levava mas ele não disse, seguiu apenas caminho e nem cedeu á minha chantagem que sai do carro em pleno andamento, ele não me ouvia, apenas sorria e prosseguia como se não me ouvisse, como se fosse surdo ou como se nem sequer falasse.
A viagem ainda demorou algum tempo, lembro-me de atravessar a ponte e ir até Lisboa, por um lado não queria sair daquela praia mas por outro lado queria descobrir até onde ele me levava, acabei por desistir de descobrir onde íamos já perto do destino. Estacionou o carro e fomos até ao Castelo de São Jorge, ele pagou o bilhete e eu decidi não discutir desta vez, o silêncio era o modo mais confortante de estarmos juntos. Desfrutávamos a paisagem sobre a bela cidade de Lisboa, passamos toda a tarde sem falarmos e sem entendermos a noite surpreendeu-nos e a vista sobre a minha cidade tornou-se ainda mais linda.
Depois de algumas horas em trocas de carinhos, de beijos e de tudo a que tínhamos direito, eu decido quebrar o gelo e disse:

-Vamos parar com as discussões, com os desentendimentos, vamos parar com isto tudo. Vamos viver o momento, o nosso momento. – Sentou-se atrás de mim e abraçou-me, depois beijamo-nos, ele não queria falar e respondeu com gestos, não insisti. Ficamos assim mais um tempo e depois decidimos ir jantar, até porque o Castelo ia fechar. Jantamos e fomos novamente até ao carro, mas desta vez quem conduziu fui eu! É verdade que tenho idade mas não tenho carta mas já tenho experiência, já o fiz algumas vezes e tenho algumas aulas de condução, nunca tinha tido acidentes e tudo correu bem até agora, ele nada perguntou logo não inventei uma desculpa. Levei-nos até á praia onde acabamos por adormecer, mas no carro, a noite não estava agradável para se pernoitar na praia e nenhum de nós queria ir para casa então aventuramo-nos e dormimos na praia. De manhã acordo cedo, pouco faltavam para as 8h, e senti que o Ezequiel não estava junto a mim, levanto-me do carro e começo a procura-lo, mas a pesquisa pouco durou porque ele estava a conversar com uma rapariga e claro eu tive ciúmes e decidi ir ter com eles e pedir esclarecimentos, mas quem é que ele pensava que era para me deixar a dormir e vir falar com uma rapariga qualquer?!

O que será que Qeu dirá a Garay? E a rapariga?
Como reagiram aos ciúmes dela? Quem será a rapariga?

2 comentários:

  1. Olá, outra vez
    Ui uma rapariga? Que rapariga!? Ai, ai os ciumes são tramados...
    Vou rapidamente ler o próximo capitulo :)
    Beijinhos
    Didi Martins

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    1. Olá novamente :D

      É uma rapariga que vai causar muitos problemas mas é inocente, foi apanhada no meio da confusão!

      Tenciono publicar em breve, e posso agradecer o teu apoio que é tão importante!!

      Beijinhos

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