Eu fui apanhada de
surpresa, não estava á espera daquela pergunta. A conversa até então tinha
corrido tão bem e ele tinha que me fazer aquela pergunta que me fazia acordar
para a realidade, me fazia pensar no que sentia. Respiro bem fundo, olho nos
olhos dele, e dou-lhe um beijo na bochecha, ele esperava uma resposta minha mas
eu não queria dar-lha então decido mais uma vez fugir dali, abro a porta mas
antes ele agarra-me no braço, num gesto involuntário dou-lhe uma chapada na
cara, mas ele não desiste. Saiu do carro e ele sai logo depois de mim,
agarra-me e encosta-me ao carro:
-É assim tão difícil
responderes ao pedido que te fiz? É assim tão difícil admitires o que sentes
por mim?-eu beijei-o e agarrei na sua camisola com força puxando-o contra mim.
Ele agarra-me nas pernas e encosta-me ao carro. Assim que separo os nossos
lábios respondo-lhe:
-Sim, aceito!-abraçei-o
e ele deu-me um beijo no pescoço. -Já te disse que não sou como as raparigas
que estás habituado, eu não abdico de mim por tua causa, continuou a viver a
minha vida e a ser eu mesma! E quanto ao que sinto podes estar descansado que
eu ainda não sei bem o que sinto apenas sei que me sinto bem ao teu lado e
nunca vou dizer que te amo.
-Nunca mais digas
isso por favor, se achas que nunca me vais conseguir amar e dizê-lo porque
aceitaste namorar comigo?-eu beijei-o, cada vez que não sabia o que lhe dizer
eu fazia isto, e ele não se importava, afinal era a minha maneira de ser.
-Porque tu me adoras
e eu sinto-me bem a teu lado, mas isso não significa que te ame!
-Eu não te adoro, eu
AMO-TE!-disse gritando, parecia que queria que todas as pessoas que estavam
próximas de nós ouvissem, claro que virei costas e fui em direção á praia, ele
seguiu-me e fui até á praia, deitei-me entre duas dunas e tentei lá esconder-me
para assim o meu namorado não me ver, mas ele nunca tirou os olhos de cima de
mim e por isso foi impossível esconder-me dele, aproximou-se de mim e
sentei-me, ele sentou-se atrás de mim, ficando assim entre as suas pernas,
coloquei as minhas mãos nos seus joelhos e ficamos assim a observar o som até
que eu lhe disse:
-Não podes dizer que
me amas porque é um sentimento muito forte e tu mal me conheces!-inclinei-me
para trás e olhei-o olhos nos olhos.
-E o que me impede de
dizer que é isso que sinto forte a bater no meu coração? Mal te conheço é
verdade mas sei que sinto algo muito forte.-beijou-me mas um beijo rápido.
-Menos Ezequiel,
muito menos!-ele levantou-se e eu levantei-me também.-Eu não gosto de tanto
romantismo, gosto que me digam o que sentem mas não a toda a hora e instante.
Por isso menos por favor, poupa-me a ti e a mim! Sentes algo e pensas que é
forte mas enganaste porque isso é o efeito novidade, com o tempo passa. Depois
vais ver que fui só mais uma rapariga na tua vida!-estavamos a discutir, pouco
depois de começarmos a namorar.
-É impressão minha ou
acabaste de duvidar do que sinto?-disse o Ezequiel já com os olhos húmidos.
-Duvidei pois! Tu não
me amas, tu sentes-te bem ao meu lado, põe isso na tua cabeça!-disse algo
exaltada.
-Mas quem é que sabe
o que é que sinto? Sou eu ou és tu?! Se eu digo que te amo é porque te amo
mesmo.
-Eu também já achei
que amei!-sentei-me no chão, coloquei as minhas mãos sobre a testa e comecei a
chorar-Mas era mentira, eu não amei! E só entendi isso com o tempo...-ele
limpou-me as minhas lágrimas e colocou a mão sobre a minha cintura e colocou-se
ao meu lado.
-Tem calma Qeu, por
favor! Não sabia que te custava tanto ouvir esta palavra.
-Por favor não a
repitas! Eu já a usei e mal e arrependi-me tanto, arrependi-me de morte!
Prefiro que me digas que gostas de mim e que sou importante para ti, que o
demostres, mas por favor não digas a palavra "amo-te".
-Não sabia que te
magoava tanto, mas se assim queres eu não a repetirei. Talvez um dia consigas
ganhar coragem para a dizer e dizê-lo a mim!-beijei-o e num instante estava
deitada em cima dele a beijá-lo, agarrada á sua camisola que deseja vê-la fugir
dali e ele a agarra-me no fundo das costas puxando-me contra ele, entre beijos
e com a respiração ofegante lá lhe disse:
-Duvido que
consigas!-voltamo-nos a beijar e quando aquela brincadeira de namoricos acabou
sentei-me novamente entre as suas pernas e ele perguntou-me:
-Qeu queres contar o
que se passou para teres medo de dizeres aquela palavra e não me permites
dizê-la?
Qual a justificação
de Qeu para não dizer a palavra "amo-te"?
Será que vai mudar
algo no ínicio da relação? Como será o ínicio da relação entre estes dois?