segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Capítulo 10: "Menos Ezequiel, muito menos!"

Eu fui apanhada de surpresa, não estava á espera daquela pergunta. A conversa até então tinha corrido tão bem e ele tinha que me fazer aquela pergunta que me fazia acordar para a realidade, me fazia pensar no que sentia. Respiro bem fundo, olho nos olhos dele, e dou-lhe um beijo na bochecha, ele esperava uma resposta minha mas eu não queria dar-lha então decido mais uma vez fugir dali, abro a porta mas antes ele agarra-me no braço, num gesto involuntário dou-lhe uma chapada na cara, mas ele não desiste. Saiu do carro e ele sai logo depois de mim, agarra-me e encosta-me ao carro:

-É assim tão difícil responderes ao pedido que te fiz? É assim tão difícil admitires o que sentes por mim?-eu beijei-o e agarrei na sua camisola com força puxando-o contra mim. Ele agarra-me nas pernas e encosta-me ao carro. Assim que separo os nossos lábios respondo-lhe:

-Sim, aceito!-abraçei-o e ele deu-me um beijo no pescoço. -Já te disse que não sou como as raparigas que estás habituado, eu não abdico de mim por tua causa, continuou a viver a minha vida e a ser eu mesma! E quanto ao que sinto podes estar descansado que eu ainda não sei bem o que sinto apenas sei que me sinto bem ao teu lado e nunca vou dizer que te amo.

-Nunca mais digas isso por favor, se achas que nunca me vais conseguir amar e dizê-lo porque aceitaste namorar comigo?-eu beijei-o, cada vez que não sabia o que lhe dizer eu fazia isto, e ele não se importava, afinal era a minha maneira de ser.

-Porque tu me adoras e eu sinto-me bem a teu lado, mas isso não significa que te ame!
-Eu não te adoro, eu AMO-TE!-disse gritando, parecia que queria que todas as pessoas que estavam próximas de nós ouvissem, claro que virei costas e fui em direção á praia, ele seguiu-me e fui até á praia, deitei-me entre duas dunas e tentei lá esconder-me para assim o meu namorado não me ver, mas ele nunca tirou os olhos de cima de mim e por isso foi impossível esconder-me dele, aproximou-se de mim e sentei-me, ele sentou-se atrás de mim, ficando assim entre as suas pernas, coloquei as minhas mãos nos seus joelhos e ficamos assim a observar o som até que eu lhe disse:

-Não podes dizer que me amas porque é um sentimento muito forte e tu mal me conheces!-inclinei-me para trás e olhei-o olhos nos olhos.

-E o que me impede de dizer que é isso que sinto forte a bater no meu coração? Mal te conheço é verdade mas sei que sinto algo muito forte.-beijou-me mas um beijo rápido.
-Menos Ezequiel, muito menos!-ele levantou-se e eu levantei-me também.-Eu não gosto de tanto romantismo, gosto que me digam o que sentem mas não a toda a hora e instante. Por isso menos por favor, poupa-me a ti e a mim! Sentes algo e pensas que é forte mas enganaste porque isso é o efeito novidade, com o tempo passa. Depois vais ver que fui só mais uma rapariga na tua vida!-estavamos a discutir, pouco depois de começarmos a namorar.

-É impressão minha ou acabaste de duvidar do que sinto?-disse o Ezequiel já com os olhos húmidos.

-Duvidei pois! Tu não me amas, tu sentes-te bem ao meu lado, põe isso na tua cabeça!-disse algo exaltada.

-Mas quem é que sabe o que é que sinto? Sou eu ou és tu?! Se eu digo que te amo é porque te amo mesmo.

-Eu também já achei que amei!-sentei-me no chão, coloquei as minhas mãos sobre a testa e comecei a chorar-Mas era mentira, eu não amei! E só entendi isso com o tempo...-ele limpou-me as minhas lágrimas e colocou a mão sobre a minha cintura e colocou-se ao meu lado.

-Tem calma Qeu, por favor! Não sabia que te custava tanto ouvir esta palavra.

-Por favor não a repitas! Eu já a usei e mal e arrependi-me tanto, arrependi-me de morte! Prefiro que me digas que gostas de mim e que sou importante para ti, que o demostres, mas por favor não digas a palavra "amo-te".

-Não sabia que te magoava tanto, mas se assim queres eu não a repetirei. Talvez um dia consigas ganhar coragem para a dizer e dizê-lo a mim!-beijei-o e num instante estava deitada em cima dele a beijá-lo, agarrada á sua camisola que deseja vê-la fugir dali e ele a agarra-me no fundo das costas puxando-me contra ele, entre beijos e com a respiração ofegante lá lhe disse:

-Duvido que consigas!-voltamo-nos a beijar e quando aquela brincadeira de namoricos acabou sentei-me novamente entre as suas pernas e ele perguntou-me:

-Qeu queres contar o que se passou para teres medo de dizeres aquela palavra e não me permites dizê-la?

Qual a justificação de Qeu para não dizer a palavra "amo-te"?
Será que vai mudar algo no ínicio da relação? Como será o ínicio da relação entre estes dois?

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